A saúde bucal vai muito além de um sorriso bonito e dentes brancos. Nos últimos anos, a ciência tem revelado conexões surpreendentes entre a saúde da nossa boca e o bem-estar de todo o nosso corpo. Uma dessas ligações, que tem chamado cada vez mais a atenção de pesquisadores e profissionais da saúde, é a relação entre a gengivite e o desenvolvimento ou progressão da doença de Alzheimer. Embora possa parecer inesperado, estudos indicam que a inflamação crônica nas gengivas pode ter um impacto significativo na saúde cerebral, tornando a prevenção e o tratamento da gengivite ainda mais cruciais.
O que é Gengivite e como identificá-la?

Antes de mergulharmos na complexa relação com o Alzheimer, é fundamental entendermos o que é a gengivite. Trata-se do estágio inicial da doença periodontal, uma inflamação da gengiva causada principalmente pelo acúmulo de placa bacteriana – uma película pegajosa e incolor que se forma constantemente sobre os dentes. Se essa placa não for removida adequadamente através da escovação e do uso do fio dental, as bactérias presentes nela liberam toxinas que irritam o tecido gengival, levando à inflamação.
Identificar a gengivite em seus estágios iniciais é crucial para um tratamento eficaz e para evitar sua progressão para formas mais graves da doença periodontal, como a periodontite. Fique atento aos seguintes sinais e sintomas:
- Gengivas vermelhas e inchadas: A cor saudável da gengiva é rosa pálido. Se estiverem avermelhadas ou com aspecto inchado, pode ser um sinal de inflamação.
- Sangramento gengival: É um dos sinais mais comuns. Gengivas saudáveis não devem sangrar durante a escovação, o uso do fio dental ou mesmo ao comer alimentos mais duros.
- Sensibilidade ou dor na gengiva: Embora nem sempre presente, a gengiva pode ficar sensível ao toque.
- Mau hálito persistente: As bactérias causadoras da gengivite podem liberar compostos que causam odor desagradável.
- Retração gengival (em estágios mais avançados): Embora mais comum na periodontite, a inflamação crônica pode levar a um leve afastamento da gengiva dos dentes.
Muitas vezes, a gengivite pode ser sutil e indolor, o que faz com que muitas pessoas não percebam o problema até que ele avance. Por isso, as visitas regulares ao dentista são essenciais para um diagnóstico precoce.
A Surpreendente relação entre Gengivite e Alzheimer: O que dizem os estudos?
A ideia de que uma infecção na boca poderia estar ligada a uma doença neurodegenerativa como o Alzheimer pode parecer distante, mas diversas pesquisas científicas têm fortalecido essa hipótese. Estudos têm encontrado uma correlação significativa entre a doença periodontal (incluindo a gengivite como seu estágio inicial) e um maior risco de desenvolvimento ou piora do Alzheimer.
Um dos principais focos dessas investigações é a bactéria Porphyromonas gingivalis, um patógeno fortemente associado à periodontite crônica. Pesquisadores identificaram essa bactéria e as toxinas que ela produz, chamadas gingipainas, no cérebro de pacientes falecidos que tinham Alzheimer. Além disso, estudos em modelos animais demonstraram que a infecção oral por P. gingivalis pode levar à colonização cerebral por essa bactéria e ao aumento da produção de beta-amiloide, uma proteína cuja acumulação forma placas no cérebro, característica marcante da doença de Alzheimer.
Um estudo publicado na revista Journal of the Alzheimer’s Association, investigou como essas infecções podem contribuir para processos inflamatórios no cérebro, afetando sua função e acelerando a neurodegeneração.Algumas pesquisas sugerem que a inflamação crônica causada pela gengivite e periodontite pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica no corpo. Essa inflamação generalizada pode, por sua vez, atravessar a barreira hematoencefálica (uma proteção natural do cérebro) e contribuir para a neuroinflamação, um processo que está intimamente ligado ao desenvolvimento e progressão do Alzheimer.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente todos os mecanismos envolvidos, a evidência atual aponta para uma forte associação que não pode ser ignorada.
Como as bactérias da boca podem chegar ao cérebro?
A pergunta que muitos se fazem é: como micro-organismos presentes na boca podem alcançar e afetar o cérebro? Existem algumas teorias principais que explicam essa via de acesso:
- Via corrente sanguínea: Durante a escovação, mastigação ou mesmo em procedimentos odontológicos, pequenas quantidades de bactérias podem entrar na corrente sanguínea através de gengivas inflamadas e sangrantes. Uma vez no sangue, essas bactérias podem viajar para outras partes do corpo, incluindo o cérebro.
- Via nervos cranianos: Alguns estudos sugerem que as bactérias podem migrar diretamente da cavidade oral para o cérebro através dos nervos cranianos, como o nervo trigêmeo, que possui ramificações na boca e conexões com o sistema nervoso central.
- Inflamação sistêmica: Como mencionado anteriormente, a inflamação crônica na gengiva libera mediadores inflamatórios na corrente sanguínea. Essas substâncias podem aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica, facilitando a entrada de elementos nocivos e contribuindo para a inflamação no cérebro.
É importante ressaltar que a presença dessas bactérias no cérebro não significa, isoladamente, que a pessoa desenvolverá Alzheimer. A doença é multifatorial, envolvendo componentes genéticos, ambientais e de estilo de vida. No entanto, a saúde periodontal aparece como um fator de risco modificável que merece atenção.
Prevenção é a chave: Cuidando da sua gengiva e da sua mente.
A boa notícia é que a gengivite é uma condição amplamente prevenível e tratável, especialmente em seus estágios iniciais. Adotar hábitos de higiene bucal rigorosos e manter visitas regulares ao dentista são as melhores estratégias para proteger não apenas seu sorriso, mas também sua saúde cerebral a longo prazo.
- Escovação adequada: Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia, utilizando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. Dedique atenção especial à linha da gengiva.
- Uso diário do fio dental: O fio dental é essencial para remover a placa bacteriana e os resíduos alimentares entre os dentes e abaixo da linha da gengiva, onde a escova não alcança.
- Enxaguantes Bucais (com orientação profissional): Em alguns casos, o dentista pode recomendar o uso de enxaguantes antissépticos para ajudar a controlar a placa bacteriana.
- Alimentação equilibrada: Uma dieta rica em nutrientes e com baixo teor de açúcar contribui para a saúde geral e bucal.
- Evitar o tabagismo: Fumar é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças periodontais.
- Consultas odontológicas regulares: Visite seu dentista para check-ups e limpezas profissionais a cada seis meses, ou conforme a recomendação para o seu caso. Nessas consultas, é possível identificar e tratar a gengivite precocemente.
Ao cuidar da sua saúde gengival, você está tomando uma medida proativa para reduzir um potencial fator de risco para doenças sérias como o Alzheimer.
Periodontia na Viu Odontologia: Cuidado completo para sua saúde.

Na Viu Odontologia, compreendemos a profunda conexão entre a saúde bucal e o bem-estar geral dos nossos pacientes. Nossa equipe de periodontia é especializada no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças gengivais, incluindo a gengivite e a periodontite. Utilizamos as mais recentes tecnologias e abordagens baseadas em evidências científicas para oferecer um cuidado completo e personalizado.Se você notar qualquer sinal de gengivite ou se preocupa com a saúde da sua gengiva e suas possíveis implicações para a saúde sistêmica, como a relação com o Alzheimer, não hesite em nos procurar. Uma avaliação periodontal completa pode identificar problemas em estágios iniciais e traçar o melhor plano de tratamento e prevenção para você.
Lembre-se: investir na saúde da sua gengiva hoje pode ser um passo fundamental para um futuro mais saudável, tanto para o seu sorriso quanto para a sua mente.
Agende sua consulta na Viu Odontologia através do nosso Whatsapp e dê o primeiro passo para um cuidado integral.